Filme: Young Sherlock Holmes
Ano: 1985
Roteiro: Chris Columbus e Arthur Conan Doyle (personagens)
Direção: Barry Levinson
Produção: Steven Spielberg, Marck Johnson e Henry Winkler


domingo, 7 de abril de 2013

Capitulo 12 - Os sem cabeças

A Oxford Street estava cercada por policiais, que impediam a multidão de curiosos de se aproximarem do corpo, coberto por um pano preto no meio da rua.
Sob os olhares de admiração, Holmes caminhou até a vítima olhando atentamente para o chão, buscando alguma pista.

Lestrade levantou o pano e vimos o corpo decapitado, que parecia ser uma senhora de idade avançada. As vestes eram simples e não havia nenhuma joia. Embaixo de suas unhas havia muita terra.
O corpo estava de bruços no solo e parecia ter sido jogado ali.
- Pela rigidez do corpo, ela foi morta esta noite. – comentei.
- Há vários hematomas; ela deve ter lutado com o assassino. – observou Holmes, olhando o corpo com sua lupa.
- Não encontramos nenhuma testemunha e não sabemos como este corpo veio parar aqui. Não faço ideia por onde começar a investigar. – resmungou Lestrade.
- Pelas vestes e pela terra em sua unha, trata-se de uma camponesa. Os camponeses vieram para a cidade para trabalhar nas indústrias, então você deve orientar seus policiais a procurarem por uma senhora desaparecida pelos arredores das fábricas. Corte um bom pedaço da barra do vestido dela e distribua recortes para ajudá-los na investigação. – sugeriu Holmes.
Holmes retirou um canivete e um lenço de seu casaco. Com o canivete, segurou a mão da senhora assassinada e raspou a terra que havia debaixo das unhas sobre o lenço.
Na rua não encontramos nenhuma pista e o corpo foi levado ao necrotério.
Meu amigo e eu tomamos um coche e fomos a um dos bairros mais nobres de Londres, onde ele era proprietário de uma enorme casa, na qual possuía um excelente laboratório.
Enquanto a governanta me servia chá, Holmes analisava atentamente o material que havia colhido das unhas da vítima em seu microscópio.
- Esta terra é muito boa, está repleta de fertilizante. Também encontrei vestígios de uma erva em baixo da unha dela, além de carvão e pele humana; ela arranhou o assassino. – comentou Holmes, animado com o novo caso.
- Se tem carvão, então você estava certo em relação a ela morar nas proximidades de uma fábrica. – observei.
Holmes foi até sua estante e pegou um gigantesco livro sobre ervas.
- Esta erva também não será difícil de ser identificada; sua cor é amarela. – disse ele, folhando o livro.
A governanta trouxe o almoço, do qual me servi sozinho. Holmes não interrompia uma pesquisa enquanto não descobrisse o que procurava.
À tarde fui para o meu consultório, deixando meu amigo entretido em sua investigação. Quando retornei à noite para o nosso apartamento, nem sinal dele.
Ele não vai desgrudar daquele livro e do microscópio enquanto não descobrir a tal erva”, pensei.
Na manhã do dia seguinte, estava na sala lendo o jornal quando ele entrou com cara de quem passou a noite em claro.
- Descobri a erva, Watson! Se chama flor dente de leão e é muito usada para fins medicinais. No livro estava escrito que ela é excelente no tratamento de doenças hepáticas, serve com anti-inflamatório e desintoxicante. – contou-me ele.
- Interessante Holmes, embora eu não receite ervas para meus pacientes. – eu não entendi no que aquela informação poderia ajudar.
Nossa criada anunciou a visita de Lestrade, que entrou trazendo consigo um pequeno acompanhante.
- Bom dia, rapazes. Apareceu outro corpo decapitado, desta vez em frente à Trafalgar Square. O corpo de hoje é de um homem e temos uma testemunha; este moleque viu quando foi jogado. – o inspetor mostrou a criança que segurava pela gola da camisa.
- Isso não é um menino Lestrade; é um “projeto de senhorita”. – observou meu amigo, com ironia.
- Nossa, um "poste que fala"! – retrucou a menina, que não gostou da forma como foi chamada.
Holmes assustou-se com o atrevimento da pequena, que aparentava não ter mais que oito anos. A menina trajava roupas masculinas, com calça e suspensório. Seu cabelo, na altura do queixo, parecia ter sido cortado por uma faca, de tão mal cortado.
- Debaixo de tanta sujeira e com estas roupas, como poderia adivinhar que fosse uma menina? E como uma senhorita pode se vestir desta maneira? Mas o que importa é que ela viu quando o corpo foi jogado na rua. Ande menina, conte novamente o que você viu. – ordenou Lestrade à criança.
- Só se prometer que vai me soltar! – retrucou a pequena.
- Pois bem! Comece a contar! – insistiu o inspetor.
- Eu estava sentada ao lado de “um leão” na praça, ontem à noite, quando passou uma carruagem grande e nova, com cavalos pretos. O cocheiro era um homem de capa preta, de chapéu e com um lenço preto no rosto e tinha alguma coisa grande do lado dele. Ele jogou a coisa na rua e eu vi que era uma pessoa sem a cabeça. Eu gritei de susto e o homem parou a carruagem na rua e saiu correndo atrás de mim. Eu corri sem olhar para trás, até que vi que ele não estava mais me seguindo. – contou a criança.
- E o que uma senhorita como você fazia à noite na praça, vestida como um menino? – estranhei.
- Não é da sua conta! – respondeu-me mal criada.
- Ela disse que não tem família, mas eu vou descobrir a verdade. Como pode uma menina vestir calças! Holmes, a descrição do assassino que ela fez ajuda em alguma coisa? – perguntou o inspetor.
- Sim, uma carruagem grande e nova só pode pertencer a alguém rico. Ou estava sendo conduzida pelo próprio proprietário ou por um cocheiro particular. Vamos até a praça investigar a nova vítima. – respondeu meu amigo.
- Vão vocês dois. Preciso descobrir quem é esta senhorita antes de perdê-la pelas ruas. – avisou-nos Lestrade.
O cenário da praça não era diferente da Oxfort Street no dia anterior; policiais e curiosos por todos os lados e um corpo coberto por um pano preto.
Holmes e eu nos aproximamos da nova vítima e levantamos o pano. Era o corpo de um homem muito bem vestido; no dedo de sua mão havia um belo anel de ouro e em seu bolso, um fino relógio.
- Estranho! Primeiro uma senhora simples, agora um homem da classe alta! Que ligação pode haver entre eles? Ou será que o assassino mata qualquer um que tenha a má sorte de lhe cruzar o caminho? – especulei.
- Duvido muito, Watson. Este tipo de crueldade não é comum; é praticado somente por psicopatas e eles são seletivos em relação a suas vítimas. Preciso descobrir a relação entre a pobre senhora e este coitado. – respondeu meu amigo, analisando o corpo com sua lupa.
Desta vez, não havia hematomas, mas novamente não havia nenhuma pista que pudesse identificar a vítima.
- Em se tratando de um homem rico, não vai demorar muito para a polícia descobrir quem é. – conclui Holmes.
Meu amigo seguiu para o necrotério para acompanhar a análise dos legistas e eu precisei ir para o meu consultório.
Passei todo o dia pensando no caso. Quando consegui terminar meu trabalho, corri para o apartamento, onde encontrei Holmes e Gregson de saída.
- Chegou bem na hora Watson! Gregson veio me avisar que o homem morto hoje já foi identificado. A família foi a policia reclamar seu desaparecimento e reconheceu suas roupas. O filho da vítima quer falar comigo e estamos indo para a casa dele. - informou meu amigo.
- Vou com vocês! Não vejo a hora de pegarmos este criminoso. - disse-lhe.
Na rua, pensei que íamos chamar um coche, mas Holmes nos levou até uma bonita carruagem que estava parada em frente ao nosso prédio.
- Entrem. Eu vou conduzir. - avisou-nos.
- Uma carruagem? - estranhei.
- Dedução brilhante Watson! Comprei hoje. Pretendo fazer rondas noturnas atrás do assassino. – contou-nos Holmes.
- Tem certeza que sabe controlar estes cavalos Holmes? - perguntou Gregson.
- E há alguma coisa que eu não faça com perfeição Gregson? - confrontou meu amigo.
- Não, Holmes. Até a sua modéstia é perfeita! - ironizou o inspetor.
- Modéstia é coisa de hipócritas! Entrem logo. – ordenou Holmes, sem paciência.
A mansão em Kensington era tipicamente uma casa aristocrata vitoriana, com uma frente simples e o seu interior amplo e escuro; as paredes eram repletas de tapeçarias e quadros e os móveis pesados, com estatuetas e enfeites espalhados por toda a decoração.
Fomos conduzidos por um criado a um escritório, onde havia nas paredes símbolos astrológicos e cabalísticos. Holmes observou todos os objetos atentamente.
Um homem de uns quarenta anos de idade, muito elegante e abatido, entrou nos cumprimentando com sobriedade.
- Senhor Holmes, o conheço por sua fama e agradeço ter atendido meu chamado. Sou o Senhor Ian Heston, filho de Senhor Terence Paul Heston. – apresentou-se o homem.
- Sinto muito por seu pai, Senhor Heston. – cumprimentou-o Holmes.
- Quero contratá-lo para descobrir o assassino. Não conseguirei dormir enquanto este monstro estiver impune. - disse-nos o filho.
Após as demais apresentações, nos acomodamos nos sofás do ambiente.
- Minha família é tradicional nesta cidade. Meu pai é proprietário de uma indústria bem sucedida de armações de aço. Ele era uma excelente pessoa, frequentava os melhores lugares de Londres e não tinha inimigos. – contou-nos o Senhor Heston.
- Seu pai fazia parte de uma sociedade oculta? Suponho pelos símbolos nas paredes. A estrela de seis pontas, os hexagramas e esta cruz ansata sobre a mesa pertencem a qual ordem? – perguntou meu amigo.
- Os homens de minha família pertencem à Ordem Hermética da Aurora Dourada. É uma sociedade que pratica ensinamentos ligados à magia com fim de aprimoramento pessoal. Posso-lhe garantir que, em nossa Ordem, só há pessoas da melhor índole.
- Pelo jeito, o senhor não tem nenhum suspeito para nos indicar! – resmungou o inspetor.
- Minha família está chocada com o que aconteceu a meu pai. Nosso círculo é frequentado somente por pessoas muito respeitadas e meu pai era muito querido por todos. Não há nada que possa ter motivado esta atrocidade. – respondeu o filho.
- Uma camponesa de idade avançada foi assassinada ontem, nas mesmas condições de seu pai. Seria ela uma criada ou conhecida de sua família? – questionou Gregson.
- Não, nossos criados estão conosco há anos, são de confiança e estão todos vivos. Entre os funcionários de nossa indústria não há senhoras de idade avançada. – esclareceu Senhor Heston.
- Hoje é um dia difícil para a sua família e não vamos mais tomar o seu tempo. Se o senhor se lembrar de algo que possa nos ajudar, nos procure. Até mais Senhor Heston. – despediu-se Holmes se levantando.
- Estarei à sua disposição e mantenha me informado sobre o que descobrir. – pediu o filho.
Após as despedidas, regressamos a Baker Street.
- Holmes, por favor, nos diga que já tem alguma ideia sobre o que está acontecendo neste caso. – disse Gregson, entrando conosco em nosso apartamento.
- Ainda não tenho fatos suficientes. – respondeu meu amigo.
- E a criança que viu o assassino na praça, onde ela está? – perguntei ao inspetor.
- Foi entregue ao pai. Descobrimos que ela é uma trombadinha que pratica roubos na Trafalgar Square. Sua mãe morreu e ela havia fugido de casa. – respondeu.
Após jantarmos os três juntos, o inspetor foi para casa e Holmes saiu para sua ronda noturna.
No dia seguinte, no café da manhã, me contou que não tinha visto nada de estranho durante a noite.
Trabalhei em meu consultório durante todo o dia e só no final da tarde fiquei sabendo que nenhum outro corpo havia aparecido. 
“O assassino não agiu esta noite. Será que vai parar com estes crimes?”, pensei.
À noite, me ofereci para ir com Holmes em sua vigia noturna; era sexta-feira e eu não trabalharia no dia seguinte.
No passeio sob a neblina pelas ruas dos bairros nobres, aproveitamos para relembrar diversos casos que investigamos juntos. Embora a cidade estivesse tranquila, cruzamos com várias carruagens pelo caminho, mas nenhuma que nos levantasse suspeitas.
Ao passarmos pela Trafalgar Square, notei que, ao lado do pedestal de uma das estátuas de leão da praça, uma criança parecia dormir.
- É a menina que viu a carruagem do assassino. – apontei-a para Holmes.
- Como um pai pode permitir uma filha nesta situação? – disse meu amigo inconformado.
- Infelizmente, uma boa parte das famílias de baixa renda não cuidam de suas crianças como deveriam. – respondi.
- Meu Deus! – Holmes parecia ter visto algo a mais ali.
Observei melhor e, mesmo estando bem longe, também vi uma sombra surgir por detrás do “leão”. Era um homem de capuz e capa preta. A menina não teve tempo de reagir e foi agarrada pelo homem.
- Pare! – gritei, apontando minha arma para o homem.
Holmes bateu forte a rédea dos cavalos e os guiou para dentro da praça, em direção ao suspeito que saiu correndo pelo lado oposto com a criança se debatendo em seu ombro.
O homem conseguiu subir em um cavalo antes que o alcançássemos e saiu em disparada.
Quando estávamos perto dele, tentei fazer mira, mas não pude atirar porque a menina, no ombro do assassino, cobria-lhe as costas e, na velocidade em que corríamos, eu não tinha controle suficiente para acertá-lo.
O assassino em seu cavalo conseguia se locomover com muito mais facilidade pelas ruas do que a nossa carruagem, que tinha que se desviar de outras carruagens. Mesmo assim, conseguimos uma boa aproximação dele e nos foi possível ver o pequeno rosto desesperado de medo da criança.
- Watson, segure as rédeas! - pediu meu amigo.
Ao me passar a condução, Holmes foi se equilibrando na carruagem como se quisesse chegar até os cavalos na frente. Sua intenção era pular sobre o assassino quando conseguíssemos chegar ao lado dele.
Na perseguição, passamos por muitas ruas em alta velocidade e era difícil contornar as esquinas. Algumas vezes, a carruagem parecia que ia virar no chão.
Holmes usou de toda sua habilidade para pular sobre um dos cavalos da nossa carruagem e já se preparava para avançar sobre o assassino, do qual estávamos bem próximos, quando, ao virarmos em uma esquina, senti uma batida que me atirou no portão de uma casa do outro lado da rua.
O cavalo do assassino empinou, mas ele conseguiu controlá-lo e escapar da colisão.
Já a nossa carruagem capotou com um coche, indo todos os cavalos ao chão e os ocupantes arremessados pela rua.
O cocheiro caiu próximo a mim e, pelo sangue em seu rosto, havia batido feio sua cabeça. De dentro do seu coche de aluguel, um homem gritava assustado.
O acidente foi muito rápido. Vi Holmes caído do outro lado da rua e, após alguns segundos se recuperando da queda, ele se levantou e saiu correndo  atrás do cavalo do assassino.

Olhei para os nossos cavalos que tentavam se levantar e calculei que não daria tempo de desatrelá-los para continuar a perseguição. Sai correndo atrás de Holmes também a pé.
Corremos como loucos atrás do assassino até que seu cavalo desapareceu de nossa vista na neblina e não conseguimos mais identificar para onde havia ido.
Holmes, sem fôlego, sentou-se no meio da rua, desolado olhando para o chão.
Senti o mesmo pavor que ele e também acabei sentando-me no chão, completamente sem ar. Em minha mente, eu só conseguia pensar no que o assassino faria com a menina.
Finalmente meu amigo me encarou e eu conhecia bem o seu olhar; ele não sabia o que fazer.
Levantamos e retornamos para o local do acidente, onde o cocheiro nos recebeu aos gritos.
- Foram eles, foram eles!
Ouvimos o apito de um bobbie vindo em nossa direção.
- Vocês estão presos; se identifiquem! - ordenou o bobbie.
- Eu sou Doutor John Watson e este é o Senhor Sherlock Holmes. – nos apresentei.
O bobbie de boca aperta deixou seu apito cair.
- Desculpe-me Senhor Holmes, mas terá que me acompanhar para esclarecimentos. - recuperou-se o bobbie, procurando demonstrar respeito por meu amigo.
Ofereci-me como médico para cuidar do cocheiro e de seu passageiro, mas ambos recusaram muito bravos.
Na sede da policia metropolitana, tivemos que pedir para que Lestrade fosse chamado para intervir em nossa prisão. Mesmo com Holmes pagando todos os prejuízos, o cocheiro não era um de seus admiradores e insistiu em nos acusar de tentativa de homicídio.
Holmes e eu nos olhávamos apreensivos, não pela prisão, mas pela impotência em não poder salvar a criança. Meu amigo andava de um lado para o outro, olhando para o chão com a mão na cintura, enquanto eu, sentado em uma cadeira, rezava pedindo a Deus que protegesse a menina daquele monstro.
Lestrade chegou e eu lhe contei o ocorrido. Após passar um bom tempo conversando com o cocheiro, ele conseguiu convencê-lo a retirar a queixa contra nós.
Com a carruagem toda danificada, Holmes e eu levamos os cavalos para sua mansão, onde havia uma cocheira.
Já era manhã quando retornamos ao nosso apartamento. Após o banho, meu amigo se jogou no sofá em uma tristeza profunda. Nem eu e nem ele conseguimos comer ou dormir.
- A culpa foi minha! Eu não consegui evitar a colisão. - disse-lhe angustiado.
- Não seja tolo, foi um acidente! Não tínhamos como evitar. - retrucou-me.
- Não consigo nem pensar no que aquela criança deve estar passando nas mãos daquele monstro! Se é que ainda está viva! - sentia muito oprimido.
Passamos toda a manhã angustiados. Só nos restava aguardar que surgisse alguma novidade no caso.
Não conseguimos almoçar. Fui até a janela para me distrair e observei uma carruagem da policia chegando à frente ao nosso prédio.
- Gregson está aqui. - avisei Holmes, com medo daquela visita. 
Poderia significar que encontraram mais um corpo decapitado, e desta de vez, o de uma criança.
Pelo olhar temeroso de meu amigo, percebi que ele pensou a mesma coisa.
- Bom dia senhores! Soube que tiveram uma noite agitada. - entrou Gregson, nos cumprimentando.
- Encontraram outro corpo? – indaguei-o, não me aguentando de ansiedade.
- Por enquanto não e trago uma boa notícia. Identificamos a primeira vítima. Nossos policiais bateram de porta em porta nos bairros ao redor das indústrias, como você havia sugerido Holmes e, em um deles acabou descobrindo sobre uma senhora desaparecida. Levamos o homem que reclamou do desaparecimento de sua mãe ao necrotério e ele reconheceu o vestido. Quer ir a casa dele para interrogá-lo? - ofereceu Gregson.
- Sim, preciso confirmar minhas suspeitas. - aceitou Holmes.
Saímos na carruagem da policia em direção ao bairro de periferia. As casas eram muito pobres e o nevoeiro cinza, devido ao carvão das fábricas, dava um aspecto depressivo ao bairro.
Descemos em frente a uma pequena casa rústica e fomos recebidos por um homem de aparência de uns cinquenta anos.
- O que querem aqui? - perguntou assustado.
- Boa tarde senhor, sou o policial que lhe atendeu hoje pela manhã. – anunciou Gregson.
- Foi bom ter vindo aqui! Eu pensei muito e, mesmo com medo, resolvi contar sobre quem matou a minha mãe. – disse-nos o filho.
- Quem é o assassino? – perguntou o inspetor apreensivo.
- Na noite de quinta-feira, um coche particular veio buscar minha mãe para atender uma mulher rica que estava passando mal. – contou o homem.
- Atender uma mulher rica? Como assim, atender? – estranhei.
- Minha mãe curava pessoas com benzimentos e chás. – explicou o homem.
Olhei para Holmes que ouvia atentamente a conversa. Suas suspeitas estavam confirmadas e a erva que havia encontrado na unha da senhora era mesmo para fins medicinais.
- Foi à última vez que vi minha mãe. Foi o cocheiro quem a matou, só pode ser. – acusou o filho.
- O senhor sabe quem é a mulher rica? – perguntou Holmes.
- Não, mas eu me lembro bem do cocheiro. Eu consigo reconhecê-lo se o encontrar de novo. – afirmou o homem.
- Perdidos novamente! – desanimou Gregson.
Eu também desanimei pensando na pobre criança.
- Só o senhor pode nos ajudar a encontrar este cocheiro. Será preciso que circule pelos bairros onde os corpos foram encontrados para tentar reconhecê-lo. O assassino de sua mãe não pode ficar impune. – disse Holmes ao homem.
- Mandarei que um policial venha buscá-lo. Vamos acompanhá-lo na sua procura pelo suspeito. – ofereceu Gregson.
- Eu irei! Enterrei minha mãe sem a cabeça! – revoltou-se o homem.
- Amanhã cedo começaremos a procura. Até! – despediu-se Gregson consternado.

Capitulo 13 - A mulher do espelho
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