No nosso apartamento,
encontramos Ivy sentada na sala folheando um livro. Ela havia
novamente convencido a Senhora Hudson de que se comportaria sozinha.
A menina colocou a
língua para fora, com cara de nojo, assim que entramos.
- Tem um gambá aí? – perguntou atrevida.
Holmes a olhou
desconfiado enquanto lhe entregou o gato. Os olhos da menina
brilharam quando viram Mingau.
Tomei um banho rápido
antes de Holmes, já que ele demoraria horas.
A menina já estava
dormindo quando nos encontramos na sala.
- A “cereja do
bolo” está aprontando Watson. Ela está tentando conquistar a
confiança de todos para conseguir fugir. Já está conseguindo
convencer a Senhora Hudson a deixá-la sozinha. – observou ele.
- Você tem que
concordar que ela está se comportando direito; acho que ela merece
um voto de confiança. – defendi Ivy.
- Muito bem. Então
tranque a porta do quarto dela e se apronte que vamos sair. –
convidou-me.
- Aonde vamos? Já são
quase meia-noite. – estranhei.
- Você verá. – foi
só o que me respondeu.
Ele me esperou sentando no sofá, fumando seu cachimbo, enquanto fui me vestir adequadamente.
Ao retornar à sala
para sairmos, ouvimos o ruído de tiros disparados na rua.
A janela do nosso
apartamento se estilhaçou e os cacos voaram por toda parte, quando a
criatura do clube entrou por ela.
Holmes foi rápido e
conseguiu chegar até o pequeno bar que tínhamos no canto da sala,
de onde pegou uma garrafa de uísque, quebrou o seu fundo e usou o casco
para se defender.
Enquanto o lobo gigante
avançava feroz sobre Holmes, corri para a escrivaninha e peguei a
arma que estava na gaveta. Eu sabia que não adiantaria nada, mas foi
força do hábito.
Dei um tiro nas costas
da criatura que se virou ameaçadora em minha direção. Continuei a
atirar e as balas pareciam que se prendiam em seu couro.
Holmes pulou sobre o
bicho, tentando o enforcar com o braço e a criatura rolou com ele
pelo chão, bagunçando toda a sala.
Ivy apareceu para ver
o que era aquele barulho e eu gritei para que ela corresse para
dentro.
A criatura conseguiu
atirar Holmes sobre o bar e meu amigo ficou acuado no chão. Quando o
bicho avançou em cima para matá-lo, Mingau, que estava com Ivy,
surgiu correndo e pulou sobre a criatura, enfiando-lhe as unhas e os dentes.
O gato parecia um cão
feroz defendendo o dono e miando bravo.
A criatura pareceu não
sentir dor com as arranhadas, mas ficou furiosa com o gato, tentando
arrancá-lo de sua cabeça.
Mingau pulou pela
janela quebrada, escalando parede abaixo, levando a criatura a
segui-lo. O homem lobo, em um só pulo, chegou à
rua e disparou atrás do gato.
Holmes também pulou pela
janela, mesmo estando no segundo andar, rolando no chão da rua.
Eu corri para escada,
onde encontrei Senhora Hudson assustada com o barulho. Pedi para que ela tomasse
conta da menina quando passei rapidamente por ela.
Corri o mais rápido
que pude, mas o gato, a criatura e Holmes estavam em uma velocidade
absurda.
De muito longe,
consegui ver meu amigo correndo em direção ao cemitério.
Quando consegui entrar
no local, quase morrendo sem ar, encontrei Holmes parado com as mãos na
cintura, olhando para o chão, como se estivesse tentando ouvir
alguma coisa. Havia um estranho silêncio ali, quebrado pela minha
respiração ofegante.
- Vi a criatura
entrando aqui, mas não consegui achá-la quando cheguei. –
disse-me meu amigo.
Eu não consegui dizer
nada, mal conseguia respirar.
Ouvimos um rugido
ameaçador vindo do escuro; não demorou em surgir novamente o lobo,
vindo engatinhando em direção a Holmes, com os olhos
vermelhos assustadoramente raivosos e a boca toda ensanguentada.
Aquele sangue
escorrendo por entre os dentes só poderia significar que a criatura
havia comido o gato.
Não adiantaria correr;
meu amigo se preparou para o bote, como se fosse lutar boxe com o
bicho.
Quando a criatura pulou, uma névoa branca em forma de mulher surgiu à frente de Holmes. No primeiro momento, o bicho recuou de susto, depois atacou a névoa.
Quando a criatura pulou, uma névoa branca em forma de mulher surgiu à frente de Holmes. No primeiro momento, o bicho recuou de susto, depois atacou a névoa.
No mesmo instante,
Holmes gritou para que eu corresse e saímos em disparada para lados
opostos.
Com o desaparecimento
da névoa, a criatura seguiu em direção de meu amigo.
Retornei a segui-los e,
enquanto corria entre os túmulos, procurava algo que pudesse usar
como arma.
- Senhor, aqui!
Ouvi uma voz na
escuridão e, sem parar de correr, olhei ao redor, mas não vi
ninguém.
- Aqui em cima!
Era a voz de um homem,
mas eu procurava ao redor e não havia nada ali. A voz parecia um
pouco distante.
- Olhe para cima,
Senhor!
Olhei para o céu
escuro e havia bem lá no alto, quase na direção de minha cabeça,
uma enorme lona flutuando com um cesto pendurado nela, de onde um
jovem gritava para mim. Eu já havia visto aquilo em uma pintura de
um jornal.
A lona estava descendo
próxima a mim.
- Venha! – gritou-me
o homem.
No impulso, fui em
direção ao estranho e entrei em seu cesto. A lona voltou a subir.
- Preciso salvar meu
amigo. – disse-lhe, olhando desesperado para baixo a procura de
Holmes.
A lona subiu a uma boa
distância que me proporcionou um grande campo de visão. O estranho
mexia em um aparelho que não consegui identificar o que era, mas no
qual havia fogo, enquanto a lona flutuava lentamente.
Consegui avistar Holmes,
que já havia ultrapassado os limites do cemitério e seguia para o
alto do morro localizado atrás. Ele corria por entre as árvores com
uma lança de grade de túmulo na mão, enquanto o lobo estava em seu
encalço.
Percebi que ele estava
levando a criatura para o alto, onde havia um penhasco e pressenti
sua intenção; ele pretendia se jogar com a criatura lá de cima.
Eu não estava disposto
a ver aquela cena novamente.
- Por favor Senhor,
preciso salvar meu amigo. – implorei a ajuda do estranho.
- O balão é
controlado pelo vento. Não tenho como levá-lo até ele. –
esclareceu-me, também nervoso sem saber o que fazer.
A noite tinha um leve
vento gelado, que fazia o balão flutuar vagarosamente.
Meu desejo de ir ao
encontro de meu amigo era tanto que o balão parecia estar flutuando
mais rápido, sobrevoando acima dele.
O estranho fez
novamente a lona descer no pico do morro, ao lado do desfiladeiro, para onde meu amigo estava correndo. Ele ainda não
havia chego e o balão foi se afastando do chão firme, flutuando no
ar a uma certa distância do pico.
- Você tem que voltar!
– gritei para o estranho.
- Não consigo, o vento
está nos levando. – apavorou-se ele.
Meu amigo surgiu no
pico e muito rapidamente, se jogou no chão de costas. A criatura
pulou sobre Holmes que usou o seu corpo e a lança para fazer uma
alavanca, empurrando o lobo com os pés. A criatura voou e caiu no
desfiladeiro, rolando pela elevação.
Com as garras, o bicho conseguiu se prender nas pedras, e voltou a subir o morro, escalando-o.
Com as garras, o bicho conseguiu se prender nas pedras, e voltou a subir o morro, escalando-o.
O balão já havia se
afastado alguns metros ao lado do pico e o estranho jogou uma corda
para fora do cesto.
- Você vai ter que
pular. – gritou para Holmes.
Meu amigo viu que a
criatura já estava quase no topo. Para tomar impulso, voltou para trás tomando
distância, correu rapidamente e saltou. Fechei
meus olhos e meu coração parou.
Senti um balanço forte
no cesto e só então abri os olhos para ver Holmes agarrado à
corda.
O estranho fez
novamente o balão subir quando a criatura chegou ao pico, de onde
uivou para a lua cheia.
Holmes subiu pela
corda e eu e o estranho o ajudamos a entrar no cesto.
- Salvou minha vida! –
agradeceu meu amigo ao jovem.
- Foi um prazer ajudar.
– estendeu a mão o estranho.
- Meu nome é Holmes. –
cumprimentou meu amigo, apertando sua mão.
- Podem me chamar por Alberto. – apresentou-se o estranho.
- É um prazer
conhecê-lo Senhor Alberto, eu sou Watson. Nem sei como lhe agradecer!
– também apertei a mão do homem que nos ajudou.
Só então reparei no
jovem pequeno e franzino, que aparentava ter seus vinte anos, usando
um chapéu desabado.
- O que é aquilo? –
perguntou-nos apontando para a criatura que uivava abaixo de nós.
- Ainda não sabemos ao
certo. E isso é um balão? Já tinha ouvido falar, mas é a primeira
vez que vejo um. – disse meu amigo, observando a gigantesca lona
que nos levava a voar.
- É um balão. Conheci
há pouco tempo e se tornou uma paixão em minha vida. Desde então,
estou sempre voando. Aqui em Londres é primeira vez que voo. Eu moro
em Paris e estou aqui em visita – contou-nos Alberto.
- Mora em Paris, mas não é francês. Digo isso pelo seu sotaque diferente. De onde veio? –
perguntou meu amigo.
- Sou brasileiro. – esclareceu.
- Foi muita sorte
encontrá-lo. Não sei o que nos teria acontecido se não fosse a sua
ajuda. – agradeci-lhe de novo.
- Foi muita coragem de
vocês enfrentarem aquilo. – continuou observando o bicho lá
embaixo.
O balão fez um
contorno no desfiladeiro e estava novamente flutuando bem devagar
sobre o morro. De onde estávamos, foi possível vigiar tranquilamente a criatura, que parecia
não perceber nossa presença no alto.
- As coisas são belas
quando vistas de cima. – suspirou o jovem.
Realmente era uma vista deslumbrante.
- Agora a pouco
aconteceu algo que me surpreendeu neste voo. Balões não são
máquinas mecânicas passíveis de serem controladas, mas o vento
parecia estar colaborando para o resgate de vocês! Primeiro nos
levou para o leste e agora, subitamente mudou para o oeste. Sem falar
que, quando vimos o senhor ser perseguido por aquele animal, o balão
voou mais rápido e nem havia vento para isso. – refletiu o
brasileiro.
- Não me surpreende. Estávamos em um cemitério fugindo de uma criatura que não sabemos
o que é e até apareceu um fantasma! Ser salvo por um jovem em seu
balão que contrariou até a velocidade e a direção do vento, me
parece ser aceitável. Sem falar no meu gato, que também me salvou a
vida. – pensou alto meu amigo.
O jovem fez cara de
quem não entendeu algumas partes.
- Aquele sangue na boca
da criatura quando nos atacou no cemitério... pobre Mingau! –
suspirei com pena do gato.
Após alguns minutos em
silêncio e demonstrei meu encantamento pelo balão.
- É uma engenhoca
incrível esta.
- O balão parece estar
parado no ar enquanto a terra voa lá embaixo. Imaginem se fosse
possível controlar uma máquina voadora mecanicamente! – disse o
jovem com o olhar brilhando.
Eu e Holmes nos olhamos
e sorrimos, lembrando-nos da nossa época de escola, onde voamos em
uma máquina.
- Acham isso
impossível! – observou Alberto, pensando que o nosso sorriso fosse
de incredulidade.
- Pelo contrário, meu
caro, é perfeitamente possível. Meu mentor tinha este sonho, de
criar uma máquina voadora. Passou boa parte de sua vida tentando
construir uma. – contou Holmes.
- Este é o meu sonho também. E o que aconteceu? –
interessou-se o jovem.
- Ele foi assassinato
antes que conseguisse concluir o invento. – informou meu amigo.
- E a máquina que ele
estava construindo? O que foi feito dela? – perguntou-nos.
Resolvi contar-lhe
parte da história.
- O professor tentou
voar várias vezes, mas sempre caia. Depois de sua morte, Holmes
descobriu o motivo e resolveu o problema. Nós voamos na máquina e
aterrissamos sobre um lago congelado. O gelo se partiu e a máquina
afundou. Boa parte de sua estrutura foi danificada e o material que a
revestia foi todo perdido. – contei-lhe.
- Incrível! Você não
quis construir outra máquina? – indagou a Holmes.
- Não conseguiria. Foi
o meu mentor quem a construiu e eu não sei como. Apenas fiz uns
ajustes nela pronta. – explicou meu amigo.
- Mas vocês voaram!
Desde criança eu digo que o homem há de voar! Como a máquina de
vocês alçou voo? – continuou interessado.
- Foi lançada. –
esclareceu meu amigo.
- Lançada. Eu já
havia pensado nisso, mas tenho por mim que a máquina, para ser
totalmente controlável, deve alçar voo por si mesma, sem o auxilio
de nada externo. – comentou.
- Voar sem ser lançada?
– surpreendeu-me a ideia.
- E
por que não? Eu acredito que inventar é imaginar o que ninguém
pensou, é acreditar no que ninguém jurou, é arriscar o que ninguém
ousou, é realizar o que ninguém tentou. Inventar é transcender. –
disse-me o jovem, com o olhar de um visionário.
- E você tem o que é
preciso para conseguir! Eu vejo em você a inteligência, a coragem e
a vontade necessária para construir a máquina e fazê-la voar, na
frente de muitas pessoas que nem sonham com esta possibilidade.
Porque não segue em frente? – incentivou Holmes.
- Eu tenho muito mais
que vontade. As invenções são, sobretudo, o resultado de um
trabalho teimoso! E teimosia é o que não me falta. Um dia vocês
ainda vão ouvir que um brasileiro conseguiu navegar pelo ar. –
sorriu ele.
- Tenho certeza que
sim! – concordou meu amigo.
Olhei para o jovem com
admiração; ele realmente tinha algo de especial. Pela paixão que
demonstrava quando falava em voar, ele tinha nascido para as alturas.
Os raios de sol
surgiram muito tímidos na escuridão, mas foi o suficiente para
observamos algo de estranho acontecendo com a criatura.
A cabeça de lobo foi
se modificando e dando lugar a uma grande cabeça cinza, com grande olhos vermelhos, que lembraram-me os olhos que
vi pela janela do apartamento.
Os pêlos e as garras
também desapareceram, surgindo um corpo muito magro e esguio, de pele grosseira; realmente parecia um homem réptil. A criatura, que já havia voltado para o
cemitério, desapareceu ao lado de uma sepultura.
Alberto desceu o balão
para que pudéssemos olhar de perto, a pedido de Holmes.
- Obrigado por tudo. –
disse-lhe meu amigo.
- Foi um prazer
conhecê-los. Tem certeza de que não estão correndo perigo? E
se aquela coisa resolver voltar? – indagou o jovem temeroso.
- Pelo o que nos foi
dito, aquela criatura só sai à noite. Vamos confiar nisso. –
sorriu Holmes.
- Espero encontra-lo
novamente Alberto. – despedi-me
do jovem.
- Tenho certeza de que
ainda vamos nos ver Doutor. – respondeu-me gentil.
O balão voltou a subir
levando para as alturas o brasileiro.
- É preciso muito
coragem para estar lá em cima. Se acontecer algo ao balão, a queda
é morte na certa. – observei enquanto o balão se afastava.
- Também é preciso
coragem para salvar dois desconhecidos de uma criatura estranha.
Apesar de pequeno, é um grande homem o nosso novo amigo. –
concordou Holmes.
Fomos até a
sepultura, onde a criatura desapareceu e, analisando o
local, descobrimos uma entrada ali, coberta por um arbusto. Estava
muito escuro dentro, mas tudo indicava ser um corredor subterrâneo.
Meu amigo entrou por
alguns minutos, mas logo voltou.
- Está completamente
escuro lá dentro, preciso voltar com uma lanterna. – contou-me.
Ao caminharmos em
direção ao portão do cemitério, ouvimos um miado conhecido. Mingau vinha logo atrás de nós.
- Não acredito! –
admirei.
- Mas que gato danado
você é! – sorriu Holmes.
Carreguei Mingau no
colo e não havia ferimento algum nele.
- Se aquele sangue na
boca da criatura não era do Mingau... – meu amigo estava
refletindo.
Holmes saiu correndo
pelo cemitério na direção da onde a criatura havia aparecido à noite e,
mais um pouco a frente, sua suspeita foi confirmada. Encontramos o
corpo do coveiro, todo destruído pela fera.
Voltamos para Baker
Street, onde dezenas de policiais estavam reunidos em frente ao nosso
prédio.
- Senhor Holmes! Eu
atirei no bicho assim que eu o vi, mas ele entrou pela janela. Sai
correndo para buscar reforços e quando retornei, os senhores já não
estavam mais aqui. – disse-nos o policial que fazia a vigia em
frente ao nosso apartamento durante a noite.
- Onde vocês estavam?
Procuramos vocês por toda a cidade! – chegou Lestrade.
- Estávamos no
cemitério e a propósito, a criatura matou o coveiro. É preciso que
mande alguém recolher o corpo, ou o que sobrou dele. – avisou meu
amigo.
- E o que aconteceu? –
perguntou o inspetor assustado.
- Ela fugiu. –
limitou-se a contar Holmes.
- Os homens que foram
caçá-la na floresta não acharam nada. Para onde ela fugiu? –
perguntou-nos.
- Para a floresta. –
mentiu meu amigo.
Eu entendi que ele não
queria informar a policia sobre a passagem subterrânea que havíamos
encontrado porque iria investigá-la antes.
Subi para o apartamento
da Senhora Hudson e encontrei Ivy lá. A senhora estava muito
assustada, mas a menina parecia não ter se importado com o ataque
que sofremos à noite, e ficou contente quando me viu trazendo o gato
de volta.
Holmes já havia
conseguido dispensar os policiais e estava arrumando a sala do nosso
apartamento.
- Vou até a vidraçaria
solicitar que venham consertar a janela. – avisou-me saindo.
Não gostei do jeito
dele, muito pensativo e sério. Eu já o conhecida o suficiente para
saber que ele não estava se importando com a janela quebrada; ele
estava planejando alguma coisa.
Senhora Evelyn chegou
logo após a saída de meu amigo e eu a ajudei a arrumar a bagunça
enquanto a menina lhe contava a estranha história ocorrida à noite.
Passou-se uma hora e eu
já estava desconfiado de que Holmes havia voltado sozinho a
cemitério, quando sua carruagem parou em frente ao nosso prédio.
Meu amigo subiu ao apartamento acompanhado pelo Professor Finney e pude
ouvir a conversa dos dois quando entraram.
- Por que precisamos de
novelos de lã? – indagou meu amigo.
- Você não disse que encontrou um labirinto? - disse o pequeno homem.
- Você não disse que encontrou um labirinto? - disse o pequeno homem.
- Quando entrei no
túmulo, mesmo estando muito escuro, andei alguns metros e encontrei
duas passagens que levam a caminhos diferentes. Tenho o
pressentimento de haver diversas passagens lá embaixo. - esclareceu Holmes.
- Por isso vamos precisar de lã, como na história de Teseu no labirinto do Minotauro. – explicou senhor Finney.
- Por isso vamos precisar de lã, como na história de Teseu no labirinto do Minotauro. – explicou senhor Finney.
- Mas na mitologia, Teseu sabia como matar o Minotauro, e nós
ainda não sabemos como matar aquela coisa. – intrometi-me na
conversa nos dois.
- Como vai Doutor? O
Senhor Holmes me contou sobre a noite que tiveram. Até onde sei,
seres intra terrenos morrem como qualquer ser humano. – comparou
Senhor Finney.
- Mas eu atirei na
criatura na primeira vez que a encontramos e também ontem à noite,
e nada lhe aconteceu. – confrontei.
- O Senhor atirou em
uma mutação. O Senhor Holmes me contou que vocês viram a fera se
transformar ao amanhecer. Parece-me que a mutação genética a
tornou imortal, mas quando volta a ser um ser da escuridão, é bem
provável que também volte a ser vulnerável. – especulou o
pequeno.
Holmes estava muito
reflexivo.
- Aquela coisa não é
um lobo ou outro animal. Ela pensa! Lembra-se Watson, quando vimos
uma coisa estranha passar correndo por nós? E os olhos vermelhos na
esquina? Ele nos marcou para se vingar, nos seguiu e encontrou onde
morávamos. – comentou.
- Seres intra terrenos
são seres humanos que vivem no interior da terra. É natural que
pensem e tenham sentimentos humanos primitivos, como o de vingança. –
insistiu Senhor Finney.
- Seja lá o que for,
foi à última vez que veio a superfície. Aquele túnel subterrâneo
terá que ser explodido para fechar a passagem. – decidiu meu
amigo.
- Mas Holmes, é um ser
que precisa ser estudado! – não concordei.
Professor Finney suspirou desanimado.
Professor Finney suspirou desanimado.
- Doutor, pode
acreditar quando falo que se passarão séculos e o nosso mundo não
estará preparado para conhecer e estudar esses seres. Na minha
procura por criaturas desconhecidas, me deparei com a ganância
humana que não se importa com nenhum risco ou perigo para
transformar estudos sérios em dinheiro e poder. – justificou-se.
- E você explodirá a
passagem Watson! – revelou-me Holmes.
- Eu? – assustei-me.
Meu amigo me entregou
um mochila com dinamites dentro.
- Sim. Eu o professor estamos indo agora para o cemitério. Nós vamos entrar para
investigar o túnel. Você irá para lá à tarde, um pouco antes de escurecer e, mesmo que não tenhamos voltado, terá explodir a
passagem para fechá-la. Estas dinamites são pequenas, o suficiente
para desabar um pequeno espaço; não pretendemos destruir o
cemitério inteiro. – ordenou-me.
- Mas eu quero ir com
vocês! – reclamei.
- Não pode. –
disse-me calmamente Holmes.
- Por quê? – fiquei
bravo.
- Porque não sabemos o
que vamos encontrar lá dentro. Segundo o Senhor Finney, pode ser que
haja uma civilização daquelas criaturas cinzas lá embaixo e, se
nos pegarem, talvez não haja volta. Apenas um de nós de dois pode
entrar naquele túmulo, porque se os dois entrarem, não ficará
ninguém para desmascarar a falsa Senhorita Riley e para contar a
policia sobre nossas suspeitas em relação aos sócios. –
esclareceu meu amigo.
- Então você fica e
eu vou! Você é muito mais importante para desvendar esses casos. –
contestei.
- Ivy não ficará
segura comigo, meu caro, já lhe dei prova disso. – sorriu ele.
E mais uma vez ele
conseguiu arrumar um argumento contra o qual eu não poderia fazer
nada; tive que me calar contrariado.
- E tem mais, Doutor. É
óbvio que você vai pensar em não explodir a passagem enquanto eu
não retornar. Espero que quando chegar a hora, você pense melhor na
sua responsabilidade. A criatura matou um homem e feriu meu irmão na
primeira vez que apareceu. Ontem ela matou o coveiro e só não nos matou porque tivemos ajuda do céu. Se a passagem não
for fechada, outras pessoas irão morrer. – disse-me Holmes,
muito sério.
Fiquei sem saber o que
lhe responder. Entendi a minha responsabilidade em evitar
outros ataques e mortes, mas fechar o túnel sem saber o que
aconteceu com meu melhor amigo lá dentro era uma decisão que eu não
poderia tomar.
- Como pode me pedir
uma coisa dessas? – fiquei indignado.
- Não pense Doutor,
apenas faça o que tem que ser feito. – aconselhou-me Professor
Finney.
Holmes pareceu entender
o quanto aquilo me custaria.
- Sinto muito Watson. –
foi só o que conseguiu me responder.
Em outra mochila,
Holmes colocou velas e duas lanternas. Pegou duas armas de sua
estante e deu outras duas, de menor tamanho, ao pequeno senhor.
- Vamos, cada segundo é
precioso. E ainda teremos que passar em uma loja de senhoras para
comprarmos novelos de lã. – apressou Senhor Finney.
- Não espere anoitecer
para explodir o túnel. – recomendou-me Holmes saindo.
Sentei-me desconsolado
por não poder acompanhá-lo em mais uma de suas aventuras
perigosas, por temer que ele não voltasse e por ter que explodir a
passagem que impediria sua volta, caso ele só precisasse de mais
tempo. Eu teria um dia difícil pela frente.
Havia horas que eu
criava coragem e decidia que ia fazer a explosão. Daí a pouco eu
dizia a mim mesmo que seria impossível deixar Holmes preso naquele
túnel.
Convidei Ivy para
conhecer meu consultório, já que havia um bom tempo em que eu não
ia lá. Tentei ocupar a minha cabeça para evitar a tensão.
Durante todo dia, olhei
milhares de vezes para o meu relógio de bolso, imaginando o que
estaria acontecendo a Holmes na sua expedição intra terrena.
Chegada a hora de ir ao
cemitério, tomei a decisão de não explodir o túnel enquanto meu
amigo não aparecesse e fui até a cozinha, onde peguei uma enorme
faca de desossar carne. Também pequei um florete que Holmes tinha em
seu quarto.
Eu passaria a noite ao
lado daquela passagem e se alguma criatura cinza, com ou sem cara de
lobo, ousasse a sair, eu usaria as armas brancas contra ela. Também
coloquei meu revolver carregado em meu casaco, por hábito.
Deixei Ivy com a
Senhora Hudson e segui em um coche de aluguel para a minha missão, levando
comigo a mochila com as dinamites e uma lanterna a vela.
Chegando ao local, vi a
carruagem de Holmes parada quase que na porta do cemitério. Os cavalos, que não estavam atrelados a carruagem, descansavam amarrados a longas cordas. Entre eles, um grande balde de água e fardos de
feno.
Anoiteceu e nada do
Senhor Finney e de Holmes aparecerem. Sentei-me sozinho ao lado do
túmulo, e nem com a companhia do coveiro eu poderia contar, já que
o pobre havia sido assassinato na noite anterior.
Passaram horas; vi em meu relógio de bolso que já era quase meia noite. Acendi a lanterna e
observei o arbusto que cobria a passagem; havia um fio de lã
amarrado em um dos galhos.
A curiosidade em ver o tal túnel foi muito forte e eu não resisti. Apanhei o florete e a lanterna e entrei. Estava muito escuro.
Fui seguindo a linha do novelo, na esperança de encontrar meu amigo vivo na outra ponta.
Mesmo na penumbra, pude notar que os túneis eram muito bem elaborados, não eram simples cavernas corroídas pela natureza. Haveria vida inteligente ali?
Já havia andando muitos metros quando ouvi soluços e passinhos leves e rápidos se aproximando. Escondi-me para observar.
O Professor Finney passou ligeirinho, deslizando a linha de lã pelas mãos.
- Professor! - chamei-o, correndo atrás dele.
- Doutor, o que faz aqui? - parou, ofegante e assustado.
- Onde está Holmes?
- Estávamos retornando, quando fomos encontrados por um reptiliano. Seu amigo entrou em luta com ele e mandou que eu corresse. - contou-me, abaixando-se para respirar.
Um uivo horroroso ecoou pelo túnel.
- É meia-noite! A criatura está se transformando. - apavorou-se o professor.
Corri túnel adentro, seguindo a linha de lã. Precisava encontrar Holmes.
Do nada, os olhos vermelhos gigantesco que eu já sabia o que era, surgiram em minha frente, me fazendo ir ao chão de susto.
Empunhei o florete contra a criatura, quando a mesma parou a pouco menos de dois metros, esguia e agachada nas quatro patas. Parecia um animal espreitando a caça.
Enquanto rosnava assustadoramente, o bicho foi me mostrando seu dentes imensos, vindo vagarosamente em minha direção. Só pude pensar na morte.
Disparos de tiros vieram da escuridão, em direção a criatura. Pude ver Holmes, quando o mesmo ficou próximo à lanterna de vela que eu havia deixado cair.
Ele havia tirado o seu longo casaco e o enrolado em seu braço.
O homem lobo foi para cima dele, com um pulo, mordendo-lhe o braço enfaixado.
Com a arma, meu amigo passou a desferir golpes na cabeça do bicho, que finalmente caiu ao chão, parecendo estar atordoado.
Levantei-me depressa e me pus a correr ao lado de Holmes. O bicho se recuperou e nos seguiu em uma velocidade de assustar, rosnando.
Na correria, eu e meu amigo perdemos a pista do fio de lã. Fomos entrando pelas galerias do labirinto, tentando nos esconder da criatura.
Holmes desenrolou o casaco todo rasgado de seu braço, e retirou dele a outra arma que havia levado. Puder ver que meu amigo não havia sido machucado pelo ataque da criatura.
O homem lobo nos alcançou, e Holmes se jogou à minha frente, atirando na criatura que foi para cima dele.
Cai atordoado, não tinha mais forças para fugir.
Um silêncio estranho se fez no labirinto.
Holmes jogou para o lado, a criatura que estava em cima de seu corpo, e se sentou.
Também me sentei, não acreditando no que via. O bicho estava morto.
Olhei para Holmes sem entender o que havia acontecido, enquanto ele parecia observar calmamente a criatura, em seu detalhes.
- Como você o matou? - quebrei o silêncio.
- Eu apenas atirei nele. - respondeu-me.
- Mas nós já havíamos atirado tantas vezes, e ele parecia nem sentir. - disse-lhe perplexo.
Meu amigo observou o revólver que estava em sua mão.
- Esta arma não é como as outras, foi um presente da rainha. Ela é banhada a ouro e suas balas são de prata.
Fiquei alguns minutos em silêncio, ainda atordoado.
- Santo Deus, Holmes, você tem muita sorte. - suspirei enfim, não acreditando ainda estarmos vivos.
- Vamos Watson, precisamos encontrar a saída. - disse ele, parecendo já estar recuperado.
Levantei-me e olhei pela última vez para a criatura. Parecia aterrorizante, mesma morta. Recolhi o casaco que Holmes havia jogado no chão; não me pareceu certo deixá-lo ali.
Segui meu amigo em silêncio. Mesmo sem a lã para nos guiar, eu confiava na astúcia dele para encontrarmos o caminho.
Holmes, mesmo no escuro, observou o chão de terra atentamente. Nossas pegadas eram as suas pistas.
Não demorou para que meu amigo localizasse a minha lanterna ainda acessa, na galeria onde a fera havia me derrubado. Ali foi fácil encontrarmos o fio de lã que me levou até lá.
Nos aproximamos silenciosamente, quando avistamos o professor Finney tentando subir, sem sucesso, pela passagem que levava ao cemitério.
Holmes, de surpresa, rosnou imitando a criatura. O pobre professor, gritou e pulou como uma senhorita em pânico.
Diante da cena, eu e meu amigo caímos na gargalhada.
- Isso não teve graça. - criticou o pequeno, se recompondo ao nos ver.
- É claro que teve. - retrucou meu amigo.
- Eu estava crente que vocês dois já estavam mortos... - começou a desabar o professor.
Não houve tempo para que o Senhor Finney falasse muito.
- Lá vai um cripto! - gritou Holmes, pegando o pequeno senhor e o atirando para fora da passagem, como se fosse um boneco de brinquedo.
Eu ri como um menino. Nem parecia que eu havia acabado de passar pelo terror de quase ser morto por uma criatura monstruosa.
- Você é inacreditável, Holmes. - elogiei meu amigo, enquanto sai para fora do labirinto.
A curiosidade em ver o tal túnel foi muito forte e eu não resisti. Apanhei o florete e a lanterna e entrei. Estava muito escuro.
Fui seguindo a linha do novelo, na esperança de encontrar meu amigo vivo na outra ponta.
Mesmo na penumbra, pude notar que os túneis eram muito bem elaborados, não eram simples cavernas corroídas pela natureza. Haveria vida inteligente ali?
Já havia andando muitos metros quando ouvi soluços e passinhos leves e rápidos se aproximando. Escondi-me para observar.
O Professor Finney passou ligeirinho, deslizando a linha de lã pelas mãos.
- Professor! - chamei-o, correndo atrás dele.
- Doutor, o que faz aqui? - parou, ofegante e assustado.
- Onde está Holmes?
- Estávamos retornando, quando fomos encontrados por um reptiliano. Seu amigo entrou em luta com ele e mandou que eu corresse. - contou-me, abaixando-se para respirar.
Um uivo horroroso ecoou pelo túnel.
- É meia-noite! A criatura está se transformando. - apavorou-se o professor.
Corri túnel adentro, seguindo a linha de lã. Precisava encontrar Holmes.
Do nada, os olhos vermelhos gigantesco que eu já sabia o que era, surgiram em minha frente, me fazendo ir ao chão de susto.
Empunhei o florete contra a criatura, quando a mesma parou a pouco menos de dois metros, esguia e agachada nas quatro patas. Parecia um animal espreitando a caça.
Enquanto rosnava assustadoramente, o bicho foi me mostrando seu dentes imensos, vindo vagarosamente em minha direção. Só pude pensar na morte.
Disparos de tiros vieram da escuridão, em direção a criatura. Pude ver Holmes, quando o mesmo ficou próximo à lanterna de vela que eu havia deixado cair.
Ele havia tirado o seu longo casaco e o enrolado em seu braço.
O homem lobo foi para cima dele, com um pulo, mordendo-lhe o braço enfaixado.
Com a arma, meu amigo passou a desferir golpes na cabeça do bicho, que finalmente caiu ao chão, parecendo estar atordoado.
Levantei-me depressa e me pus a correr ao lado de Holmes. O bicho se recuperou e nos seguiu em uma velocidade de assustar, rosnando.
Na correria, eu e meu amigo perdemos a pista do fio de lã. Fomos entrando pelas galerias do labirinto, tentando nos esconder da criatura.
Holmes desenrolou o casaco todo rasgado de seu braço, e retirou dele a outra arma que havia levado. Puder ver que meu amigo não havia sido machucado pelo ataque da criatura.
O homem lobo nos alcançou, e Holmes se jogou à minha frente, atirando na criatura que foi para cima dele.
Cai atordoado, não tinha mais forças para fugir.
Um silêncio estranho se fez no labirinto.
Holmes jogou para o lado, a criatura que estava em cima de seu corpo, e se sentou.
Também me sentei, não acreditando no que via. O bicho estava morto.
Olhei para Holmes sem entender o que havia acontecido, enquanto ele parecia observar calmamente a criatura, em seu detalhes.
- Como você o matou? - quebrei o silêncio.
- Eu apenas atirei nele. - respondeu-me.
- Mas nós já havíamos atirado tantas vezes, e ele parecia nem sentir. - disse-lhe perplexo.
Meu amigo observou o revólver que estava em sua mão.
- Esta arma não é como as outras, foi um presente da rainha. Ela é banhada a ouro e suas balas são de prata.
Fiquei alguns minutos em silêncio, ainda atordoado.
- Santo Deus, Holmes, você tem muita sorte. - suspirei enfim, não acreditando ainda estarmos vivos.
- Vamos Watson, precisamos encontrar a saída. - disse ele, parecendo já estar recuperado.
Levantei-me e olhei pela última vez para a criatura. Parecia aterrorizante, mesma morta. Recolhi o casaco que Holmes havia jogado no chão; não me pareceu certo deixá-lo ali.
Segui meu amigo em silêncio. Mesmo sem a lã para nos guiar, eu confiava na astúcia dele para encontrarmos o caminho.
Holmes, mesmo no escuro, observou o chão de terra atentamente. Nossas pegadas eram as suas pistas.
Não demorou para que meu amigo localizasse a minha lanterna ainda acessa, na galeria onde a fera havia me derrubado. Ali foi fácil encontrarmos o fio de lã que me levou até lá.
Nos aproximamos silenciosamente, quando avistamos o professor Finney tentando subir, sem sucesso, pela passagem que levava ao cemitério.
Holmes, de surpresa, rosnou imitando a criatura. O pobre professor, gritou e pulou como uma senhorita em pânico.
Diante da cena, eu e meu amigo caímos na gargalhada.
- Isso não teve graça. - criticou o pequeno, se recompondo ao nos ver.
- É claro que teve. - retrucou meu amigo.
- Eu estava crente que vocês dois já estavam mortos... - começou a desabar o professor.
Não houve tempo para que o Senhor Finney falasse muito.
- Lá vai um cripto! - gritou Holmes, pegando o pequeno senhor e o atirando para fora da passagem, como se fosse um boneco de brinquedo.
Eu ri como um menino. Nem parecia que eu havia acabado de passar pelo terror de quase ser morto por uma criatura monstruosa.
- Você é inacreditável, Holmes. - elogiei meu amigo, enquanto sai para fora do labirinto.
- Ganhei a aposta! –
disse ele, logo atrás.
- Que decepção, Doutor.
Confiei e apostei que o senhor explodiria o túnel. – reclamou
Senhor Finney.
- E se eu tivesse
explodido, por onde os cavalheiros estariam saindo agora? – ralhei
com os dois.
- Por qualquer uma das
outras passagens que existem lá embaixo. Há dezenas delas. –
contou-me Holmes.
- Mas nas outras,
teríamos que andar muito e talvez até saíssemos em outro país.
Quem bom que nos esperou! – sorriu grato o pequeno senhor.
- Vamos cuidar para que, por esta passagem, não saia mais nada. Trouxe as dinamites? –
pediu-me Holmes.
Entreguei-lhe a
mochila.
- E o homem lobo? O que aconteceu? - perguntou o professor.
- Está morto. - respondeu meu amigo, enquanto acendia duas dinamites.
Senhor Finney e eu corremos para trás de outro túmulo. Meu amigo atirou as dinamites pelo buraco e também correu.
- E o homem lobo? O que aconteceu? - perguntou o professor.
- Está morto. - respondeu meu amigo, enquanto acendia duas dinamites.
Senhor Finney e eu corremos para trás de outro túmulo. Meu amigo atirou as dinamites pelo buraco e também correu.
A explosão provocou um
pequeno desabamento no local e alguns túmulos foram destruídos.
- Morto? Vocês conseguiram matar o homem lobo? Como? - continuou o professor, intrigado.
- Holmes o matou com balas de prata. - respondi com simplicidade, como se o fato fosse a coisa mais natural do mundo, e não um golpe extraordinário de sorte.
Voltamos para a carruagem, onde Holmes atrelou os cavalos e assumiu como condutor. Eu e o Senhor Finney nos sentamos na cabine, para conversarmos.
- Morto? Vocês conseguiram matar o homem lobo? Como? - continuou o professor, intrigado.
- Holmes o matou com balas de prata. - respondi com simplicidade, como se o fato fosse a coisa mais natural do mundo, e não um golpe extraordinário de sorte.
Voltamos para a carruagem, onde Holmes atrelou os cavalos e assumiu como condutor. Eu e o Senhor Finney nos sentamos na cabine, para conversarmos.
- Então, o que viram lá embaixo? – perguntei curioso.
- Havia uma civilização
gigantesca Doutor! Uma cidade imensa com apartamentos e veículos que não precisam de animais. E havia luz, diferente da nossa, mas havia. Vimos milhares de reptilianos.
Ficamos todo tempo escondidos, os observando, e percebemos que eles se
comunicam de uma forma
mental. – contou-me empolgado Senhor Finney.
Também contei ao professor como Holmes conseguiu matar a criatura, usando seu revólver com balas de prata.
Também contei ao professor como Holmes conseguiu matar a criatura, usando seu revólver com balas de prata.
Quando o deixamos em
sua casa, Senhor Finney não sabia como agradecer a aventura.
- Senhor Holmes, o que
vivi neste dia valeu por toda minha vida. Foi inacreditável e fascinante. Não tenho
como lhe agradecer por ter me proporcionado esta experiência
magnifica! – reconheceu o pequeno.
- Foi um prazer ter a
sua companhia, Senhor Finney. – respondeu-lhe gentilmente meu amigo.
Após nos despedirmos,
subi para frente da carruagem onde estava Holmes e seguimos para o
nosso apartamento.
- Que loucura vivemos esta noite! – comecei a conversa.
- Senhor Finney tem
razão quando diz que nem nos próximos séculos, a humanidade estará
preparada para descobrir o que há no subterrâneo do planeta. –
comentou.
- E ele lhe ficou tão grato, que até se esqueceu do susto que você lhe deu e ter sido arremessado de um túmulo! – brinquei.
Rimos novamente, nos lembrando da cena.
Ao virarmos a rua do
nosso prédio, Lestrade veio correndo ao nosso encontro.
- Quem bom encontrá-los
aqui. Já estava subindo para o apartamento de vocês. Sigam para a
casa do Juiz Ashcroft. – ordenou o inspetor.
- É madrugada. O
que aconteceu? – indaguei.
- Ele acaba de ser
assassinado! Um empregado foi me chamar. – contou-nos
Lestrade.
- Problema dele! - não
se importou meu amigo.
- Qual é Holmes? O
assassino ainda pode estar lá e a vitima era um juiz! Esse caso precisa
ser resolvido como a máxima urgência. – implorou.
- Está bem, suba. –
consentiu Holmes.
- Vão vocês na
frente. Vou à sede da policia chamar outros policiais. –
avisou-nos.
- Ainda nem pegamos o
assassino dos "sem cabeças" e já vamos nos meter em outro crime? –
desanimei.
Meu amigo apenas
suspirou concordando e chateado.
Holmes não estava devidamente trajado, usando apenas um colete por cima da camisa. Seu casaco todo rasgado estava na cabine da carruagem. Não era do seu feitio se apresentar assim, mas não houve tempo para fosse ao apartamento se vestir.
Holmes não estava devidamente trajado, usando apenas um colete por cima da camisa. Seu casaco todo rasgado estava na cabine da carruagem. Não era do seu feitio se apresentar assim, mas não houve tempo para fosse ao apartamento se vestir.
A casa do juiz, que era
um conhecido nosso, ficava próxima à praça Trafalgar Square.
Fomos recebidos pelo
mordomo, ao qual nos apresentamos.
- Entrem, fui eu quem
chamou o inspetor.
- Como descobriu o
crime? – perguntou meu amigo.
- A Senhora Ashcroft o
encontrou morto e saiu gritando pela casa. – relatou-nos.
- A que horas foi isso?
– continuou Holmes.
- Há quase uma hora. Fui imediatamente a casa do inspetor e ele me mandou retornar e
esperar aqui. – contou-nos.
Passamos pela sala de
visitas, onde uma senhora chorava muito. Percebi que meu amigo a
observou atentamente.
O mordomo nos levou ao segundo andar da casa, onde ficava o
quarto do juiz. A vítima estava em trajes de dormir, deitado do lado
direito da cama todo ensanguentado, com uma faca cravada no centro do peito.
- A esposa dele viu quem fez isto? –
indagou meu amigo.
- A senhora se levantou
e foi ao meu quarto me pedir que eu providenciasse mais água para
seu jarro. Quanto retornou, já encontrou o Senhor assim e saiu gritando.
Corri para cá e vi que a janela estava aberta; quem fez isso fugiu por ali. Graças a Deus, a Senhora não estava aqui, senão ela também
estaria morta. – disse-nos.
- Quanta sorte! –
observou Holmes com certa ironia.
Meu amigo foi até a
janela e a analisou atentamente.
- Você disse que o assassino fugiu pela janela, mas por onde ele entrou? Descer por aqui é fácil, mas não tem como subir. – constatou.
- Pela porta da cozinha, eu a encontrei aberta depois do crime. – respondeu o rapaz trêmulo.
- Vamos ver essa porta. - pediu Holmes.
Seguimos o mordomo até os fundos da casa.
- Esta porta estava aberta. - mostrou-nos.
Meu amigo nem precisou de sua lupa para analisar a porta.
- Não há sinal algum de arrombamento. Ou o assassino tem a chave, ou ele nem precisou abrir esta porta. Quem mora nesta casa?
O mordomo pareceu-me muito nervoso. Olhamos pare ele desconfiados.
- Somente o Senhor Juiz e a sua senhora, e eu, que durmo no quarto de criado. O Senhor está me acusando? - assustou-se o rapaz.
- Vamos ver essa porta. - pediu Holmes.
Seguimos o mordomo até os fundos da casa.
- Esta porta estava aberta. - mostrou-nos.
Meu amigo nem precisou de sua lupa para analisar a porta.
- Não há sinal algum de arrombamento. Ou o assassino tem a chave, ou ele nem precisou abrir esta porta. Quem mora nesta casa?
O mordomo pareceu-me muito nervoso. Olhamos pare ele desconfiados.
- Somente o Senhor Juiz e a sua senhora, e eu, que durmo no quarto de criado. O Senhor está me acusando? - assustou-se o rapaz.
Holmes saiu correndo em
direção à sala, sendo seguido por mim e pelo mordomo.
A esposa parecia estar amedrontada.
Holmes se aproximou dela e segurou sua mão, como se
fosse beijá-la, mas em um impulso muito rápido, puxou a mão e
rasgou-lhe a manga do vestido.
O braço dela estava
todo ferido, com marcas que pareciam grandes arranhões.
- Vocês dois são
muito amadores. A senhora usou muito pó para esconder seu olho roxo, com certeza de um soco que levou. Reparei também que
havia uma pequena marca avermelhada no seu pulso, e agora posso ver
do que se trata. A senhora foi espancada com uma cinta! Seu marido
lhe bateu, por isso foi morto. Mas qual de vocês dois o matou? –
olhou Holmes para a Senhora e para o mordomo.
Os dois se olharam sem
saber o que fazer.
- Ele me batia muito
Senhor! – chorou a viúva.
- Seu mordomo nos
contou que a senhora estava dormindo, se levantou e quando voltou já
encontrou seu marido morto, o que é uma grande mentira. Seu lado na
cama está arrumado, portanto a senhora não esteve deitada ali. Se ele
mentiu, ou está lhe protegendo ou foi ele o assassino. –
prosseguiu Holmes.
- Fui eu senhor. –
confessou o mordomo.
Holmes nem se importou
com a confissão e continuou pensando, andando de um lado para outro.
- O juiz lhe batia, então, para por fim às agressões, vocês esperaram que ele dormisse e um dos dois enfiou-lhe a faca no peito, com muita
raiva por sinal, afinal entrou metade da lâmina.
- Já lhe disse que fui
senhor. – confessou novamente o homem.
- Se foi você, então
me mostre à roupa que estava usando quando o matou. – pediu meu
amigo.
- Eu estava usando esta
mesma roupa. – respondeu sem entender.
- Há respingos de
sangue por toda a cama, portanto, também tem que haver
respingos de sangue na roupa de quem o matou. Aonde uma mulher tola
esconderia um vestido sujo de sangue? – disse Holmes com os olhos
brilhando para a viúva.
Meu amigo novamente
saiu correndo em direção ao quarto, sendo seguido por mim, pelo
mordomo e pela senhora.
Holmes abriu a porta do
armário e jogou para fora tudo o foi encontrando, até que achou o
que procurava. Um vestido com manchas de sangue.
- Senhor, por favor,
ele era muito violento com a minha Senhora. Ela perdeu a cabeça!
Permita que eu assuma este crime. Se ela for presa, poderá ser
condenada a morte por matar um juiz. – implorou o mordomo.
A mulher apenas chorava
com as mãos no rosto.
- Tola! A polícia
encontraria facilmente este vestido. E vocês dois estavam achando
que enganariam a quem? Dizer que alguém entrou pela porta sem
arrombá-la! – ralhou meu amigo.
- Foi à única coisa que consegui pensar. Preciso
proteger a senhora. – disse o mordomo com a voz muito trêmula.
Fiquei com pena da mulher e do empregado. O juiz era conhecido por ser autoritário
e arrogante. Resolvi intervir para ajudá-los.
- Holmes, não são
dois criminosos. A senhora perdeu a cabeça após levar uma surra e
este pobre coitado só quer defendê-la de ir para a prisão.
- Não são dois
criminosos, mas cometeram um crime Watson. Ela matou o marido e ele
está sendo cúmplice tentando esconder a verdade. – contestou meu
amigo.
- Se um homem batesse
em Mary, eu não sei do que seria capaz. É muito covardia bater em
mulher. – argumentei.
Ouvimos carruagens
parando em frente a casa.
- A policia chegou. –
olhei para Holmes, esperando o que ele iria fazer.
Holmes baixou seu olhar
para o chão por alguns segundos para pensar e enfim, com um suspiro,
tomou sua decisão.
- Muito bem Doutor,
vamos proteger a Senhora. Eu não gostava mesmo dele. – concluiu
olhando com desprezo para o juiz morto.
Eu sorri para meu amigo
lhe agradecendo.
- Muito obrigada
senhor! – disse a viúva.
- Vocês dois vão para
a sala e distraiam a policia. Mantenham a mentira de que a senhora
estava na cozinha lhe pedindo algo e que você ouviu um barulho
estranho no quarto e, quando veio ver se o juiz queria alguma coisa,
encontrou um ladrão revirando tudo. Você saiu gritando e ele fugiu
pela janela. Entendeu? – ordenou Holmes ao mordomo.
- Sim senhor! –
obedeceu o homem, saindo para a sala levando a senhora.
- Pois bem Watson, me
ajude a revirar este quarto. – pediu-me.
Holmes desarrumou a cama por completo, enquanto eu remexi nos
armários e gavetas.
- Precisamos sumir com
este vestido, Watson. Terá que pular a janela e levá-lo daqui. Se a
policia o encontrar, não haverá mentira que livre a senhora da
autoria do crime. – esclareceu meu amigo.
Enrolei o vestido em um
lençol e fui para a janela.
- Tudo bem. Traga todos os policiais para dentro da casa para que eu possa fugir até a sua carruagem. Vou levar o vestido até sua mansão e queimá-lo no quintal. – concordei.
- Tudo bem. Traga todos os policiais para dentro da casa para que eu possa fugir até a sua carruagem. Vou levar o vestido até sua mansão e queimá-lo no quintal. – concordei.
- Vou para a cozinha arrombar aquela porta. Tire os sapatos
Watson, para não deixar...
Holmes tentou me
advertir para tomar cuidado em não deixar minhas pegadas na parede,
ao descer pela janela, mas não deu tempo. Antes que
terminasse de falar, eu já tido pulado.
Olhei para cima e vi as
marcas deixadas pelos meus sapatos na parede, enquanto Holmes olhou
pela janela.
- Parabéns Watson.
Agora o assassino a ser procurado pela policia usa sapatos iguais ao
seu e do mesmo tamanho. – brincou meu amigo, voltando para dentro
do quarto rindo.
Fiquei escondido no
quintal da casa até que percebi não haver mais ninguém na frente
da casa. Sai rapidamente pelo portão e subi na carruagem, saindo
devagar para não fazer barulho.
Após queimar a
principal prova que incriminava a viúva, deixei a carruagem na
mansão de Holmes para que o cocheiro cuidasse dos cavalos e voltei
de coche de aluguel para o nosso apartamento.
Cheguei com o dia
amanhecendo e, mesmo muito cansado, não consegui dormir.
Holmes chegou um pouco
depois, muito pensativo.
- Tudo certo na casa do
juiz? – perguntei.
- Sim, a polícia
acreditou facilmente na história de roubo e já estão procurando o
ladrão que inventamos. O mordomo mentiu que joias foram roubadas. –
respondeu-me disperso.
- E o que está lhe
afligindo? – notei sua preocupação.
- Preciso pegar o
assassino dos "sem cabeças". O tempo está passando e não podemos nos
esquecer de que se trata de um psicopata. Ele já deve estar pensando
em alguma outra forma de assassinar suas vítimas, sem tirar a culpa
do cocheiro nos casos anteriores. – abateu-se.
- E nenhum assassino
antes conseguiu ficar tanto tempo sem ser descoberto por Sherlock
Holmes. – comentei sem pensar.
Eu sabia que a angustia
de Holmes diante da possibilidade do assassino fazer novas vítimas
era verdadeira, mas também sabia que passar tanto tempo sem
desvendar um mistério feria o seu ego.
Ele não gostou nem um
pouco do meu comentário, mas preferiu não discutir comigo. Apenas
me olhou com indiferença.
Arrependi-me de ter lhe
dito algo tão desnecessário. Descontei nele meu mau humor pelas
noites mal dormidas.
Na mesa do café, ele continuou me contando sobre o caso.
Na mesa do café, ele continuou me contando sobre o caso.
- Eu e Lestrade
conversamos e decidimos soltar o cocheiro da prisão. Pelo seu
comportamento lá dentro, ele realmente é inocente. Dei-lhe um bom
dinheiro e ele concordou em sair escondido da cidade por uns tempos,
até pegarmos o assassino. Neste tempo, a polícia e nós
continuaremos dizendo que ele está preso. Vou visitar Mycroft;
preciso lhe contar o que descobrimos sobre a criatura.
Ivy também estava em
uma tristeza de dar dó. Alimentou-se pouco e foi se sentar na sala.
Eu havia lhe dado bonecas para entretê-la, mas nada fazia a menina
se alegrar.
Fiquei conversando com
a Senhora Evelyn sobre Ivy até a hora do almoço. Eu não tinha
experiência alguma com crianças e sentia que estava falhando com a
menina.
Meu amigo retornou de
sua visita à casa de seu irmão e se trancou no quarto.
Eu e a criada ainda
conversávamos tranquilamente na cozinha quando ouvimos um grito de
medo vindo da sala; era Ivy.
Levantei-me e fui correndo para lá com medo de que o assassino tivesse conseguido invadir o apartamento.
Levantei-me e fui correndo para lá com medo de que o assassino tivesse conseguido invadir o apartamento.
Um homem de cabelos
grisalhos, muito distinto com vestes indianas, estava na sala
observando a menina assustada e encolhida no sofá.
- Sou eu, Watson. –
disse Holmes, muito calmo, disfarçado de indiano.
- Holmes, quase nos
matou de susto! – reclamei com ele.
- Sinto muito,
precisava saber se o meu disfarce estava bom. – justificou meu
amigo, saindo tranquilamente para a rua.
Disfarçado
daquele jeito, com certeza foi investigar os sócios.
Senhora Evelyn, que
havia corrido comigo até a sala, me olhou rindo. Por mais tempo que
estivesse trabalhando para Holmes, ainda se surpreendia com os seus
disfarces.
Expliquei para Ivy
que meu amigo era um grande detetive, o melhor do mundo, e que
conseguia se tornar irreconhecível quando precisava enganar as
pessoas para investigar.
Ela manteve o olhar
bravo o tempo todo em que eu explicava, demonstrando que não gostou
nem um pouco de ser enganada por ele.
Para animá-la, levei-a
para passear durante toda à tarde, mas foi em vão. Eu sentia que
havia uma angustia em seu olhar.
- Por que está tão
triste, pequena? O que eu posso fazer para alegrar você? – disse
carinhosamente.
- Não quero mais
continuar presa com vocês. Posso ir embora? – pediu-me.
- Quer voltar para o
seu pai? Está com saudade de sua família? – acreditei que, com o passar do tempo, ela havia perdoado as surras.
- Nunca! Eu nunca vou
voltar para aquela casa! – respondeu brava.
- Vou conversar com o
seu pai. Não vou permitir que ele a machuque novamente. –
prometi a ela, mas sem saber como cumprir.
- Eu preciso ir! Preciso fazer uma coisa muito importante. Posso ir embora? –
suplicou ela.
- Que coisa importante?
– quis entender.
- Não é da sua conta!
– retrucou mal criada.
Eu tinha que concordar
com Holmes. Ivy era muito petulante para tão pouca idade. Mas ao
invés de ficar bravo com ela, tive pena.
Sua revolta era
compreensível; a mãe lhe fazia muita falta. Eu precisaria ter
paciência para conquistar-lhe a confiança.
- Se não quer me
revelar, eu respeito. Mas saiba que pode contar comigo sempre. -
tentei acalmá-la
Voltamos à tarde
para o apartamento e, até a noite, ensinei-lhe a escrever novas
palavras. Ela me surpreendia com sua facilidade em aprender.
Holmes chegou à noite
tão pensativo que passou por nós sem nos ver.
Tomou um longo e banho e deitou-se. Quando fui para o quarto, parecia já estar dormindo.
Capitulo 19 - A sessão
Tomou um longo e banho e deitou-se. Quando fui para o quarto, parecia já estar dormindo.
Capitulo 19 - A sessão
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